terça-feira, 30 de setembro de 2008

"You must not know 'bout me..."

Ela esperou o telefone tocar durante muito tempo, e quando ela já nem queria mais, ele tocou. E aí... aí ela chorou, se olhou no espelho, tentou dormir novamente, escutou música, fumou vários cigarros e chorou mais um pouco.
Chorou porque, apesar do que já havia prometido pra si mesma, ela não conseguiu ser tão forte, chorou porque tinha tanta coisa entalada na garganta que quase não conseguia respirar, chorou porque seu "nunca mais" não durava apenas três meses, chorou porque achou aquilo tão covarde e tão corajoso ao mesmo tempo, chorou porque não amava mais, porque agora era fria, chorou porque já não fazia questão de provar suas verdades, chorou porque lembrou de tudo que ouviu, de todas as lágrimas que derramou, de toda a dificuldade que passou, porque lembrou de toda a felicidade que viveu, porque quase voltou a ouvir o som das gargalhadas, chorou porque talvez tenha se permitido sentir saudades, chorou porque, ao contrário do que diziam, não queria contar aquilo pra ninguém (é, talvez ela tenha mesmo se tornado uma pessoa mais interessante desde que se afastaram), chorou porque percebeu que tão difícil quanto abaixar a cabeça pra dizer que sente muito, é concordar com isso, chorou e chora porque não sabia e não sabe o que fazer, a não ser escrever um textinho ridículo em terceira pessoa.

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