segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Sobre o abismo que é pensar e sentir

Depois de mais de dez minutos em frente ao espaço em branco que me encarava impacientemente esperando que alguma coisa nele fosse "impressa", entendi que era melhor que cedesse ao seu desejo e começasse a digitar caso quisesse mesmo que as lágrimas secassem.
Mas as palavras eram tantas que retornavam a mim antes mesmo que eu percebesse que elas haviam fugido. Vinham e voltavam descrevendo em minha mente o medo do futuro e dessa mania que ele tem de "ser incerto e de cair em meio ao vão" e me davam uma vontade imensa de permanecer no passado, nele, que desfocado pela distância, parecia à minha lembrança míope, tão afortunado...
Não, não era falta de vontade de crescer, era pura covardia, era ausência de coragem pra enfrentar o que há de vir, porque afinal, o que há de vir? Talvez os santos já estivessem sabendo e tentando me avisar através das lágrimas.
Em meio a tal insegurança, o que se procura quase que instintivamente é algo onde se apoiar. Não havia. O telefone não tocou e a porta não se abriu num ato discreto porém heróico de se retirar do meu peito esse peso imenso que batizei "medo". Mas era melhor mesmo que não houvesse um apoio, afinal, não há maneira mais eficaz de se compreender que algumas pessoas simplesmente não estarão, talvez porque eu não fale francês, talvez por causa do meu cabelo escovado ou das minha unhas por fazer, talvez por causa de uns anos a mais ou por causa de uns filmes a menos, talvez a maneira como eu escrevo, ou meu tom de voz muito baixo, talvez a falta de juízo ou a decência fantasiada de prostituta que me são muito usuais, ou talvez seja apenas um sentimento morto que não me deixa colocar a culpa em mais nada por ter morrido sozinho.

"Manda avisar que 'essa' daqui tem muito mais amor pra dar..."

sábado, 6 de dezembro de 2008

Sem mais...

Entra, assim, sem fazer barulho, quase sem que eu perceba a sua presença.
Se acomoda, mas sem tirar nada do lugar por favor.
Me olha e sem que tenha que pedir, me faz te servir um café, depois te servir um prazer, depois te servir um amor.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

...

About your apologies, I prefer that you keep them with you, 'cause they don't make me "feel sad for the rest" (not anymore).