Terça-feira, 23 de março de 2009, 40º no meu termômetro, quase 11 da noite, av. Antônio Carlos, ônibus lotado depois de um dia inteiro de trabalho seguido de aulas de política e história do jornalismo, em suma, o inferno.Em frente a Universidade Federal de Minas Gerais, não era possível que aquele ônibus iria parar. Merda! Não cabia mais nem um fio de cabelo lá dentro. Tudo bem, aperta mais a carga. Merda!Fones no ouvido pra não ouvir nenhuma conversa imbecil que tivesse a capacidade de despertar meu instinto assassino naquele momento.Aí aparece um cara, embarcou naquele ponto. Bermuda preta, uma blusa surrada, mochila nas costas, barba por fazer e cabelo atrapalhado. O estilo mendigo mais charmoso que eu já vi na vida.Não sei precisar quem foi que se viu primeiro, mas o que interessa é que nos vimos e a partir de então nos olhamos e continuamos nos olhando até percebermos que estávamos ouvindo e cantando a mesma música. O mover dos lábios era idêntico, o mesmo ritmo, a mesma letra. Por um momento pareceu mentira, ou será que esqueceram de nos avisar que desligaram a vida real por um instante? Continuamos cantando numa espécie de confirmação, e estávamos mesmo ouvindo, entre todos os milhões de músicas que existem neste planeta, a mesma canção.O calor sumiu, todas as pessoas que nos incomodavam naquele espaço já não estavam mais lá e durante alguns eternos segundos continuamos cantarolando aquilo um para o outro.Um sorriso discreto antes do final da música, um sorriso correspondido. Eu que não sou de sair rindo nem quando é preciso não pude controlar essa espécie de confirmação de ter protagonizado uma cena de um romance.A música acabou, tiramos os fones simultaneamente como se fossemos começar a conversar. Ninguém falou, mas estranhamente não era preciso, só olhar já bastava. Então permanecemos assim, nos olhando até o ponto que nos separou sem nos explicar porque é que não podíamos parar o tempo e permanecer ali.Fui dormir ouvindo "Save Tonight" e pensando que provavelmente nunca mais veria o meu primeiro amor à primeira vista.
A letra da música torna tudo ainda mais inacreditável. Aí está a tradução:
Salve Esta Noite
Vá em frente e feche as cortinas
Porque do que precisamos é da luz das velas
Você, eu e uma garrafa de vinho
E te abraçar essa noite
Bom, nós sabemos que eu estou indo embora
Como eu desejaria...desejaria que não fosse assim
Então pegue este vinho, e beba comigo
Vamos atrasar a nossa desgraça
Salve esta noite e lute contra o amanhecer
O amanhã vem - amanhã eu estarei indo
Tem lenha na lareira
Que queima como eu por você
O amanhã vem com um desejo
De me levar daqui
Não é fácil dizer adeus
Querida, não comece a chorar
Porque garota você sabe que eu tenho que ir
Senhor como eu gostaria que não fosse assim
Salve esta noite e lute contra o amanhecer
O amanhã vem - amanhã eu estarei indo
O amanhã vem para me levar embora
Como eu desejaria...desejaria de poder ficar
Garota você sabe que eu tenho que ir
Senhor eu gostaria que não fosse assim
Salve esta noite e lute contra o amanhecer
O amanhã vem - amanhã eu estarei indo
terça-feira, 24 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Ai que liiindo!
Pena que essas coisas de olhar ou acontecem assim no "impossivel" ou simplesmente o clima acaba qdo a pessoa abre a boca e mostra não ser nada daquilo que aparenta ser! rsrsrs...
Sabe que por isso as vezes é ate melhor que fique assim no imaginario? Eu acho... Fica só a sensação boa! :)
Beijocas!!
voltei! hahahahahaha
começou a tocar essa música aqui no aleatório do meu player! nunca tinha prestado atenção!
Mas adooro! hahahaha
Postar um comentário