(Porque isto aqui também deve servir pra eu ser o centro das atenções de vez em quando.)
Um telefonema inusitado no meio da madrugada, uma caixa postal que me fez o favor de repetir umas cinquenta vezes que minha chamada estava sendo transferida, e um dia inteiro perturbado.
Consegui segurar o choro (da maneira mais porca possível) até ficar "sozinha" no banheiro da faculdade. Chorar no trabalho, ou no ônibus sempre geram um "Por que tá chorando menina?" e essa pergunta geralmente gera ainda mais choro (ou um "vai tomar no cu!"). Saindo dali, todo mundo me olhava com uma expressão de "Por que tá chorando menina?" e de repente, eu OUVI a frase. Por um momento quis dizer a mim mesma que estava fantasiando, que a minha neurose chegou ao ponto de me causar "alucinações sonoras petulantes". Num gesto quase suicida resolvi olhar para trás, e havia mesmo alguém me perguntando aquilo. Pensei em fingir que perdi a voz no carnaval, em pular pela janela mais próxima, em simular um desmaio ou em sair gritando "hakuna matata" e balançando as pernas e os braços pelo corredor afora, mas tudo que consegui foi multiplicar as lágrimas e dizer: "Até onde a gente tem que aguentar?". A cara da figura se transformou num ponto de interrogação. Talvez minha frase tenha causado tanto espanto quanto causariam os gritos de "hakuna matata". Tudo bem, pelo menos o efeito foi o esperado. Não me dei ao trabalho de esclarecer mais nada, não há nada claro nem pra mim mesma. Saí andando e tirando logo uma cartelinha de dentro da bolsa, os calmantes têm marcado forte presença ultimamente, eles voltaram à luta contra a ansiedade, hoje tiveram como aliados os cigarros, esses já fazia tempo estavam fora de combate, então se enfraqueceram e tiveram que voltar ao montes.
Então, da saída do banheiro até o final deste texto passaram-se exatamente 42 minutos. A não ser as palavras adicionadas à minha página na internet, nada mudou. Até quando eu vou ter que aguentar?
*Hoje eu não me basto.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
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4 comentários:
Nossa, o início qdo vc fala de choradeira me lembrei de uma vez que conversei no msn com vc sobre choradeiras e me senti normal! rs
beijos!
Hakuna Matata pra você também.
pensei em escrever sobre hoje, mas nem precisa, basta ler seu texto que ainda está aqui e esperar que elas parem, afinal por mais que eu não queira elas estão aqui onde quer que eu esteja, não param de enxarcar meu rosto...
só espero o desfecho de hj, mas sem calmantes por favor!
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