segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sobre ser um ou ser dois

Quando se presta a aprender o ofício de amar, o de conviver e o de amar a convivência, presta-se automaticamente a desaprender inúmeros outros ofícios que dizem respeito a ser só. Afinal, não há espaço suficiente na cabeça ou no coração de um só indivíduo, onde possam ser guardados todos os segredos, tanto os da companhia quanto os da solidão.
Entretanto, se entregar à não-solidão pode ser tão difícil quanto ser só. É preciso ter coragem para enfrentar um eventual desamor "que ataca de repente, não respeita cor, credo ou classe social, derruba o murro e invade o quintal" acabando com todas as expectativas. E caso essa coragem não exista, parabéns aos solitários, que são definitivamente os únicos que não terão nenhum de seus planos frustrados pelas pessoas que amam, e poderão planejar; sair sozinho, viajar sozinho, morar sozinho, se casar sozinho, ter filhos e criá-los sozinho, comprar presentes pra si mesmo no natal e receber feliz aniversário através de cartões eletrônicos enviados pelas empresas com as quais gasta dinheiro. E no final das contas hão de se vangloriar por terem realizado 'tudo' sem frustrações e sem lágrimas, mas também sem riso, porque não há porque rir... sozinho.

Um comentário:

Analu Oliveira disse...

"quando a sua mente e a sua vida estiverem vazias o bastante, lembre-se e sinta falta de tudo o que você não fez."

Gostei disso!
Do post anterior por sinal! rs

beijos!